quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Reunião de 4 de Fevereiro de 2012

“O serviço aos pobres no jovem vicentino”

A reunião do passado dia quatro de Fevereiro teve a presença de quase 10 jovens para debater um tema sempre atual, isto é, como servir os pobres enquanto jovem vicentino.
Após a oração inicial, foi pedido que o grupo se dividisse em dois pequenos grupos, sendo que um iria imaginar-se no papel de pessoas ricas de muito dinheiro interiorizando o status social que representa e o outro grupo de pobres sem recursos. Cada jovem, numa espécie de plano futuro, traçou algumas metas a atingir para a sua vida pedindo-se aos ricos para falarem como senhores e donos e aos pobres como miseráveis.
O resultado foi um bom debate sobre dois grupos sociais em que todos os elementos se empenharam bastante puxando pela criatividade.
Como conclusões finais percebe-se que não existe um combate verdadeiro à pobreza se não houver um esforço de cada um de nós. Mesmo à distância, cada um de nós pode dar exemplo com um estilo de vida menos consumista para que outros olhem o nosso exemplo e também percebam que só desta forma podemos contribuir para a igualdade, podendo ajudar assim os que estão longe e perto.
Por fim foi pedido que ao longo da semana, sempre que passarmos por alguém que nos aponte algum aspeto de pobreza, que tentemos ser essa pessoa e pensar, ver e sentir como se fosses ela(e).


Rita Silva

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

(a tua) Quaresma


A quaresma tem seu início na Quarta-Feira de Cinzas e seu término ocorre no sábado anterior ao Domingo de Ramos para o início da Semana Santa. Quaresma também quer dizer quarenta dias . Para algumas pessoas esses quarenta dias representam 40 dias de jejum e oração.

Aproveita es tempo de Quaresma e vive a tua quaresma da melhor maneira! :)



Mensagem do Santo Padre para a Quaresma 2012
«Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras»
(Heb 10, 24)

Irmãos e irmãs!

A Quaresma oferece-nos a oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.

Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre actual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.

1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.

O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objecto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf.Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo actual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).

A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.

O facto de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correcção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correcção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há-de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correcção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais rectamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.

2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.

O facto de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a actual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correcção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.

Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a acção do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).

3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»:
    caminhar juntos na santidade.

Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efectivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.

Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre actual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.

Vaticano, 3 de Novembro de 2011
BENEDICTUS PP XVI

Convite de S. João Evangelista (Lisboa)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Encontro Eneagrama



O próximo encontro organizado pelo Conselho Nacional da JMV é o encontro Eneagrama, que será nos dia 10 e 11 Março no centro Local de Cernache do Bonjardim (Sertã).

OBJETIVO: Este é um encontro muito diferente do habitual, o principal objectivo do mesmo é conheceres-te ...a ti segundo o eneagrama e as diferentes personalidades. Já imaginaste o que serias capaz de fazer se te conhecesses um pouco melhor? Já pensaste como pode ser proveitoso para ti e para alguns elementos do teu centro local este “estudo” sobre si mesmo ligado à psicologia?
DESTINATÁRIOS: Jovens com 21 ou mais anos de idade
CUSTO INSCRIÇÃO: 17€ (O pagamento será feito no próprio encontro; as desistências terão de pagar pelo menos metade do valor da inscrição)

DATA-LIMITE PARA INSCRIÇÕES: 28 de Fevereiro

O encontro apenas se realizará com a participação mínima de 20 pessoas.


A JMV conta contigo! =D

Mensagem de BENTO XVI para o dia mundial do doente 11.02.2012

 
MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA O XX DIA MUNDIAL DO DOENTE
(11 DE FEVEREIRO DE 2012)

«Levanta-te e vai, a tua fé te salvou!» (Lc 17, 19)

Amados irmãos e irmãs

Por ocasião do Dia Mundial do Doente, que celebraremos no próximo dia 11 de Fevereiro de 2012, memória da Bem-Aventurada Virgem de Lourdes, desejo renovar a minha proximidade espiritual a todos os enfermos que se encontram nos lugares de cura ou recebem os cuidados das famílias, enquanto manifesto a cada um deles a solicitude e o afecto da parte de toda a Igreja. No acolhimento generoso e amoroso de cada vida humana, sobretudo da frágil e doente, o cristão expressa um aspecto importante do seu testemunho evangélico, segundo o exemplo de Cristo, que se debruçou sobre os sofrimentos materiais e espirituais do homem para os curar.

1. Neste ano, que constitui a preparação mais próxima para o solene Dia Mundial do Doente, que será celebrado na Alemanha no dia 11 de Fevereiro de 2013 e que meditará sobre a emblemática figura evangélica do bom samaritano (cf. Lc 10, 29-37), gostaria de chamar a atenção para os «Sacramentos de cura», ou seja, o Sacramento da Penitência e da Reconciliação, e o Sacramento da Unção dos Enfermos, que encontram o seu cumprimento natural na Comunhão Eucarística.

O encontro de Jesus com os dez leprosos, narrado no Evangelho de são Lucas (cf. Lc 17, 11-19), de maneira particular as palavras que o Senhor dirige a um deles: «Levanta-te e vai, a tua fé te salvou!» (v. 19), ajudam a tomar consciência acerca da importância da fé para aqueles que, angustiados pelo sofrimento e pela enfermidade, se aproximam do Senhor. No encontro com Ele, podem experimentar realmente que quantos acreditam nunca estão sozinhos! Com efeito, no seu Filho Deus não nos abandona às nossas angústias e sofrimentos, mas está próximo de nós, ajuda-nos a suportá-los e deseja curar profundamente o nosso coração (cf. Mc 2, 1-12).

A fé daquele único leproso que, vendo-se purificado, cheio de admiração e de alegria, contrariamente aos demais, vai imediatamente até Jesus para lhe manifestar o próprio reconhecimento, deixa entrever que a saúde readquirida é sinal de algo mais precioso do que a simples cura física, pois constitui um sinal da salvação que Deus nos concede através de Cristo; ela encontra expressão nas palavras de Jesus: a tua fé te salvou! Quem, no seu próprio sofrimento e enfermidade, invoca o Senhor, está convicto de que o Seu amor nunca o abandona, e que também o amor da Igreja, prolongamento no tempo da Sua obra salvífica, jamais desfalece. A cura física, expressão da salvação mais profunda, revela deste modo a importância que o homem, na sua integridade de alma e corpo, reveste para o Senhor. De resto, cada Sacramento expressa e põe em prática a proximidade do próprio Deus que, de modo absolutamente gratuito, «nos toca por meio de realidades materiais... que Ele assume ao seu serviço, fazendo deles instrumentos do encontro entre nós e Ele mesmo» (Homilia, Santa Missa Crismal, 1 de Abril de 2010). «Aqui, torna-se visível a unidade entre criação e redenção. Os sacramentos são expressão da corporeidade da nossa fé, que abraça corpo e alma, isto é, o homem inteiro» (Homilia, Santa Missa Crismal, 21 de Abril de 2011).

A tarefa principal da Igreja é, sem dúvida, o anúncio do Reino de Deus, «mas precisamente este mesmo anúncio deve revelar-se um processo de cura: “...tratar os corações torturados” (Is 61, 1)» (Ibidem), em conformidade com a função confiada por Jesus aos seus discípulos (cf. Lc 9, 1-2; Mt10, 1.5-14; e Mc 6, 7-13). Por conseguinte, o binómio entre saúde física e renovação das dilacerações da alma ajuda-nos a compreender melhor os «Sacramentos de cura».

2. Il Sacramento da Penitência esteve com frequência no centro da reflexão dos Pastores da Igreja, precisamente devido à sua grande importância no caminho da vida cristã, uma vez que «toda a eficácia da Penitência consiste em restituir-nos à graça de Deus e em unir-nos a Ele numa amizade perfeita» (Catecismo da Igreja Católica, n. 1.468). Dando continuidade ao anúncio de perdão e de reconciliação feito ressoar por Jesus, a Igreja não cessa de convidar a humanidade inteira a converter-se e a crer no Evangelho. Ela faz seu o apelo do apóstolo Paulo: «Em nome de Cristo... sejamos embaixadores: através de nós, é o próprio Deus quem exorta. Suplicamo-vos, em nome de Jesus Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus» (2 Cor 5, 20). Ao longo da sua vida, Jesus anuncia e torna presente a misericórdia do Pai. Ele veio não para condenar, mas para perdoar e salvar, para incutir esperança também na obscuridade mais profunda do sofrimento e do pecado, para conceder a vida eterna; deste modo, no Sacramento da Penitência, na «medicina da confissão», a experiência do pecado não degenera em desespero, mas encontra o Amor que perdoa e transforma (cf. João Paulo II, Exortação Apostólica pós-sinodal Reconciliatio et paenitentia, 31).

Deus, «rico de misericórdia» (Ef 2, 4), como o pai da parábola evangélica (cf. Lc 15, 11-32), não fecha o coração a nenhum dos seus filhos, mas espera por eles, procura-os e alcança-os onde a rejeição da comunhão aprisiona no isolamento e na divisão, chamando-os a reunir-se ao redor da sua mesa, na alegria da festa do perdão e da reconciliação. O momento do sofrimento, no qual poderia surgir a tentação de se abandonar ao desânimo e ao desespero, pode transformar-se assim em tempo de graça para voltar a si mesmo e, como o filho pródigo da parábola, reconsiderar a própria vida, reconhecendo os próprios erros e fracassos, sentindo a saudade do abraço do Pai e repercorrendo o caminho rumo à sua Casa. No seu grande amor, Ele vigia sempre e de qualquer modo sobre a nossa existência, e espera-nos para oferecer a cada um dos filhos que volta para Ele, o dom da plena reconciliação e da alegria.

3. Da leitura dos Evangelhos sobressai claramente o modo como Jesus sempre demonstrou uma atenção particular para com os enfermos. Ele não só convidou os seus discípulos a curar as feridas dos mesmos (cf. Mt 10, 8; Lc 9, 2; 10, 9), mas também instituiu para eles um Sacramento específico: a Unção dos Enfermos. A Carta de Tiago dá testemunho da presença deste gesto sacramental já na primeira comunidade cristã (cf. 5, 14-16): mediante a Unção dos Enfermos, acompanhada pela oração dos presbíteros, a Igreja inteira recomenda os doentes ao Senhor sofredor e glorificado, a fim de que alivie as suas penas e os salve, aliás, exorta-os a unir-se espiritualmente à paixão e à morte de Cristo, para contribuir deste modo para o bem do Povo de Deus.

Tal Sacramento leva-nos a contemplar o dúplice mistério do Monte das oliveiras, onde Jesus se encontrou dramaticamente diante do caminho que lhe fora indicado pelo Pai, a senda da Paixão, do supremo gesto de amor, e aceitou-a. Naquela hora de provação, Ele é o mediador, «transportando em si mesmo, assumindo em si próprio o sofrimento e a paixão do mundo, transformando-os em clamor a Deus, levando-os diante dos olhos e até às mãos de Deus, e assim conduzindo-os realmente até ao momento da Redenção» (Lectio divina, Encontro com o Clero de Roma, 18 de Fevereiro de 2010). Mas «o Horto das Oliveiras é... inclusive o lugar a partir do qual Ele subiu ao Pai, tornando-se assim o lugar da Redenção... Este dúplice mistério do Monte das Oliveiras também está sempre “activo” no óleo sacramental da Igreja... sinal da bondade de Deus que nos toca» (Homilia, Santa Missa Crismal, 1 de Abril de 2010). Na Unção dos Enfermos, a matéria sacramental do óleo é-nos oferecida por assim dizer, «como medicamento de Deus... que agora nos torna seguros da sua bondade e deve revigorar-nos e consolar, mas ao mesmo tempo aponta para além do momento da enfermidade, para a cura definitiva, a ressurreição (cf. Tg 5, 14)» (Ibid.).

Este Sacramento merece hoje uma maior consideração, quer na reflexão teológica, quer na obra pastoral em favor dos doentes. Valorizando os conteúdos da oração litúrgica que se adaptam às diversas situações humanas ligadas à doença e não só quando o doente está no fim da própria vida (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1.514), a Unção dos Enfermos não deve ser considerada como que «um sacramento menor» em relação aos demais. A atenção e a cura pastoral pelos enfermos, se por um lado é sinal da ternura de Deus por aqueles que se encontram no sofrimento, por outro traz benefício espiritual também aos sacerdotes e a toda a comunidade cristã, na consciência de que o que fazemos aos mais pequeninos, é ao próprio Jesus que o fazemos (cf. Mt25, 40).

4. A propósito dos «Sacramentos de cura», santo Agostinho afirma: «Deus cura todas as tuas enfermidades. Portanto, não temas: todas as tuas enfermidades serão curadas... Tu só deves permitir que Ele te cure e não deves rejeitar as suas mãos» (Exposição sobre o Salmo 102, 5: PL36, 1319-1320). Trata-se de meios preciosos da Graça de Deus, que ajudam o doente a conformar-se cada vez mais plenamente com o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo. Juntamente com estes dois Sacramentos, gostaria de sublinhar também a importância da Eucaristia. Recebida no momento da doença ela contribui, de maneira singular, para realizar tal transformação, associando aquele que se alimenta do Corpo e do Sangue de Jesus, à oferenda que Ele fez de si mesmo ao Pai, para a salvação de todos. Toda a comunidade eclesial, e as comunidades paroquiais em particular, prestem atenção para garantir a possibilidade de se aproximarem com frequência da Comunhão sacramental àqueles que, por motivos de saúde ou de idade, não podem acorrer aos lugares de culto. Deste modo, a estes irmãos e irmãs é oferecida a possibilidade de revigorar a relação com Cristo crucificado e ressuscitado, participando com a sua vida oferecida por amor a Cristo, na missão da própria Igreja. Nesta perspectiva, é importante que os sacerdotes que exercem a sua obra delicada nos hospitais, nas casas de cura e nas habitações dos doentes se sintam verdadeiros «“ministros dos enfermos”, sinal e instrumento da compaixão de Cristo, que deve alcançar cada homem assinalado pelo sofrimento» (Mensagem para o XVIII Dia Mundial do Doente, 22 de Novembro de 2009).

A conformação com o Mistério pascal de Cristo, realizada também mediante a prática da Comunhão espiritual, adquire um significado totalmente particular, quando e Eucaristia é administrada e acolhida como viático. Naquele momento da existência ressoam de modo ainda mais incisivo as palavras do Senhor: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia» (Jo 6, 54). Com efeito a Eucaristia, principalmente como viático, é — segundo a definição de santo Inácio de Antioquia — «remédio de imortalidade, antídoto contra a morte» (Carta aos Efésios, 20: PG 5, 661), sacramento da passagem da morte para a vida, deste mundo para o Pai, que a todos espera na Jerusalém celeste.
5. O tema desta Mensagem para o XX Dia Mundial do Doente: «Levanta-te e vai, a tua fé te salvou!», visa também o próximo «Ano da Fé», que terá início a 11 de Outubro de 2012, ocasião propícia e preciosa para redescobrir a força e a beleza da fé, para aprofundar os seus conteúdos e para a testemunhar na vida de todos os dias (cf. Carta Apostólica Porta fidei, 11 de Outubro de 2011). Desejo encorajar os doente e quantos sofrem a encontrar sempre uma âncora segura na fé, alimentada pela escuta da Palavra de Deus, da oração pessoal e dos Sacramentos, enquanto convido os Pastores a permanecerem cada vez mais disponíveis à sua celebração para os enfermos. Segundo o exemplo do Bom Pastor e como guias do rebanho que lhes foi confiado, os presbíteros sejam repletos de alegria, atentos aos mais frágeis, aos simples, aos pecadores, manifestando a misericórdia infinita de Deus com as palavras tranquilizadoras da esperança (cf. Santo Agostinho, Carta 95, I: PL 33, 351-352).

Àqueles que trabalham no mundo da saúde, assim como às famílias que nos seus próprios entes queridos veem a Face sofredora do Senhor Jesus, renovo o meu agradecimento e o da Igreja a fim de que, na competência profissional e no silêncio, muitas vezes inclusive sem mencionar o nome de Cristo, manifestam-no concretamente (cf. Homilia na Santa Missa Crismal, 21 de Abril de 2011).

A Maria, Mãe de Misericórdia e Saúde dos Enfermos, elevemos o nosso olhar confiante e a nossa prece; a sua compaixão materna, vivida ao lado do Filho agonizante na Cruz, acompanhe e sustenha a fé e a esperança de cada pessoa enferma e sofredora ao longo do caminho de cura das feridas do corpo e do espírito.

A todos asseguro a minha recordação orante, enquanto concedo a cada um uma especial Bênção Apostólica.

Vaticano, 20 de Novembro de 2011, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.


BENEDICTUS PP XVI

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

oração diária

Olá!! Pessoal, penso que a oração diária para hoje, dia 7 de Fevereiro de 2012, do "Passo a Rezar" diz muito do que é a essência de ser cristão. se tiverem tempo ouçam...
eu gostei de ouvir :)

Abraço em JC,
Filipa Vieira